Recentemente eu fiz aniversário, quarenta e um anos. A comemoração foi por vídeo mesmo (como tinha que ser), aqui em casa só meu marido, a bebê e os cachorros. Foi tudo muito simples, com bolo de padaria e o computador em cima do potinho de comida do cachorro, porque a gente improvisa mesmo.
Mas esse aniverário me trouxe mais uma vez essa reflexão de como eu me imaginava adulta. Quando eu era jovem, com 20 e poucos anos, eu não diferenciava muito o que seria ter 30, 40 ou 50 anos. Na minha cabeça era tudo mais ou menos igual, você tinha um emprego, uma casa, uma família e já tava sossegado para aproveitar a aposentadoria quando ela chegasse.
Aí cheguei aos 30 e decidi largar tudo para ir estudar na Austrália, cheguei nos 35 e casei, aos 40 tive uma filha e agora, aos 41, decidi que a minha vida profissional não me fazia feliz. Foram quase 20 anos trabalhando em Recursos Humanos para, a essas alturas da vida, eu descobrir que eu não sei o que eu quero fazer.
Mas não é só isso, eu também não sei dobrar lençol de elástico, procrastino a limpeza da casa porque eu detesto limpar, uso copo de requeijão pra tomar água, acompanho sites de fofoca na internet, fico com uma raiva desproporcional quando os eletrodomésticos quebram, choro com frequência quando eu não sei o que fazer e ligo pra minha mãe mais do que eu gostaria de admitir para tirar dúvidas sobre a vida adulta.
Aliás eu peço mais ajuda do que eu imaginei que seria normal pedir. Toda hora eu recorro aos adultos que são mais adultos que eu (alguns mais novos em idade). As vezes me sinto meio fracassada de não conseguir realizar atividades simples ou tomar decisões sozinhas.
Mas se tem algo que me faz sentir com 41 são os tuppawares, esses minha gente eu estou dominando! Todos combinam e têm tampa e se alguém pegar um emprestado e não devolver eu viro bicho!